segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Pontos de Vista

Fui rechaçado por vocês em virtude do post anterior. Não compreendi o motivo da revolta. Afinal, é só uma outra forma de olhar as coisas. Aliás, já falei aqui que sou bom nisso.

Pra ajudar na iluminação de suas almas, vejam que exemplo de "novos prismas".

Em tempos de Gerra Fria, foi travada, em Moscou, uma disputa automobilística com propósito de revelar qual carro era o mais veloz. O Ford, americano e o Zim, russo. O Ford venceu por larga diferença, deixando o Zim pra trás. Não obstante, no dia seguinte os jornais soviéticos noticiavam: "Na corrida de ontem, o carro soviético chegou em segundo lugar e o americano em penúltimo".

Vejam, caros amigos. É tudo uma questão de ponto de vista...

domingo, 28 de outubro de 2007

Os Aziagos

Vocês sabem o que é uma pessoa aziaga?
Um aziago é um sujeito que traz má sorte para quem está ao seu redor. Ele próprio não é afetado pelo azar, mas quem está ao seu lado, ahhh esses quebram a cara.
Eu?! Não, eu não sou aziago. Não é nada disso. Vocês é que são!

Explico: Já há alguns posts venho relatando aqui alguns revezes que tenho sofrido recentemente. Bateram no meu carro, perdi minha carteira com meus documentos, e agora, quebraram o meu lap top... É. Paciência. Sentaram em cima do pobrezinho. Quebrou a tela. Primeira resposta de todos os entendidos com quem conversei: "melhor comprar outro". E falam isso sem nem mesmo ficarem vermelhos. Esquecem que dinheiro não dá em árvore.

Pois bem. Eu sempre me considerei um sujeito de sorte. E sou mesmo. Sendo fiel aos meus conceitos, portanto, essa maré de uruca não pode me fazer mudar de opinião assim tão facilmente. Me recuso a considerar-me um azarado. Portanto, a única explicação que encontrei foi essa. Todos os meus convivas são aziagos!!! E, como só eu não o sou, o bode sobra pra quem? Pro papai aqui.

Eu tenho mesmo é que escolher melhor minhas amizades.
Aziagos - afastai-vos de mim! Xispem! Xô!

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Olha a Onda!!

Chove muito no Rio de Janeiro.

Hoje acordei as 6 da matina. Coisa que não tenho feito corriqueiramente. Levantei-me a essa hora pra ir malhar. Decidi-me por cumprir essa tarefa como a primeira do dia, para tê-lo todo a toa, só pra mim.

Olhei pela janela e caía uma chuvinha fina. Nada de mais.
Tolice minha, já são 13:30h e a a danada ainda desce raivosa! Mais de 7 horas de chuva ininterruptas (que eu tenha sido testemunha ocular, visto que já podia estar chovendo desde muito antes!)
Bastou isso pra colocar o Rio de pernas pro ar. Ou você ta achando que só São Paulo sofre com essas explosões de raiva de São Pedro? O Túnel Rebouças ta debaixo de terra. Várias ruas estão bloqueadas. É provável que um monte de barraco tenha deslizado, mas isso já não mais dá notícia. Depois de Tropa de Elite, pobre tem mais é que entrar no saco.

Um enviado especial me ligou, do carro, na Jansen de Mello às 10 da manhã. Dizia ele que era "O" pico do surf de Niterói (que Itacoatiara o que!). A cada buzum que cruzava a pista ondas de mais de um metrão se formavam. Teve um 703D - Vila Isabel que proporcionou até um tubo. Estão estudando a possibilidade de transferir o WQS de Maresias pra cá, caso o mar por lá esteja flat no ano que vem. Imaginem, a Jansen de Mello no circuito do surf internacional. Kelly Slater e Andy Irons travando duelos homéricos nas águas barrentas da Jansen de Mello.

Kelly: "Andy, nem vem que aquele 565-Passeio é meu!"
Andy: "Te fode ae, careca. É de quem remar na frente! Uhureeeee!"

domingo, 21 de outubro de 2007

PS.

Post Script: Recomecei a malhar há dois dias. Estou com tanta dor no corpo que mal consigo levantar o braço pra passar desodorante. Mas ainda assim o faço. Penso mais nos outros do que em mim.
Vejam como estou distante de ser paxá. Se o fosse teria umas 15 mulheres para me massagear. Como não sou, não tenho nem a Minha! Que está a mais de mil quilômetros daqui.
É melhor eu ir atrás de um crachá mesmo...

Quero é ser Paxá

Aqui estou eu, nesta tarde de domingo ensolarado. Como sempre, sentado no sofá, na única posição da casa que me permite acesso à internet. Mentira. Na cadeira Luiz XV que me tortura as costas também pego o sinal wireless. Mas, como vocês sabem, nela não dá mais.

Hoje, depois de me empapuçar com o empadão da Jailma, cozinheira que bate ponto aqui em casa toda quinta-feira e é uma espécie de Claude Troisgros popular, prostrei-me no sofazão branco da sala. Justamente aquele que minha mãe cobre com uma capa, para eu não sujá-lo ao colocar os pés sujos em cima do seu alvo tecido.

Abro o jornal O Globo, que nunca leio pois detesto jornais, e contrario a minha regra. Leio. Ando recebendo diariamente exemplares de O Globo aqui em casa, fruto de uma mala direta muito simpática que chegou dia desses, dizendo que eu era um entre 200 do meu bairro que foram agraciados com a promoção patati-patatá e coisa e tal. Sendo assim, de grátis, 0800, não dá pra pelo menos não sujar os dedos. Pois afinal, é pra isso que serve jornal. Sujar os dedos e colocar como forro de gaiola de passarinho. Aliás, ô porcaria velha e ultrapassada. Ô mídia decrépita. Só permanece pelo tradicionalismo de ter sido a primeira. Tem um tamanho desagradável, quase ultrajante. Não dá pra ler senão sentado, com ele estatelado sobre uma mesa. Já experimentou ler no avião? Apertadinho. Ou no ônibus? Em que aquele remelexo faz as páginas saírem todas de esquadro. Mais insuportável ainda é o fato de ter todas as folhas soltas, o que dificulta ainda mais o manuseio. (Ahh, agora você entendeu o que o remelexo do ônibus faz com as páginas, hein!). Rapaz (moça), jornal é que nem beijo na boca. É coisa do passado. A impressão é péssima, sempre sujeita ao efeito moiré. A tinta solta na sua mão, deixando as pontas dos dedos cinza. Do formato já falamos. Nem mesmo tem dois grampos pra fixar o bicho coeso!! É uma bela porcaria. Entretanto, como o estou recebendo de graça, abri pra ler. Na verdade, o que me conduziu à leitura foi a esperança de um bom conteúdo. Em vão. Nem isso. 70% do jornal é propaganda. E, tudo o que eu queria era fugir do trabalho. Mais propaganda... Passo o dia estudando ou trabalhando com propaganda. Quando tento fugir, sete em 10 páginas estão repletas delas. Por fim, no final, tenho que arrumar a sala, que ta parecendo – que coincidência! – uma gaiola de canário, de tanta folha de jornal que tem no chão!

De onde estou tirando tanta abobrinha? Só pode ser por estar ouvindo Grateful Dead – Blues for Allah. Rapaz (moça), o que esse som não faz com seus neurônios. Coisa mais psicodélico-lisérgica. Mas muito bom. Às vezes é música de elevador. Às vezes irrita. Não obstante, musica de elevador irritante, algumas ocasiões, é bom pacaralho.

Dei uma paradinha aqui e fui checar meus e-mails. Outra constatação: por que cargas d’água eu recebo um monte de spam com o mote de “aumente seu pênis”? Estão querendo me dizer algo ou é sacanagem mesmo!? Outro dia meu amigo-irmão disse que ele só recebe spam de “emagreça dormindo”. O fato é, o rapaz em questão tem problema de obesidade. Pera ai! Que porra é essa!? Pó parááá!!

Mudando de assunto, já começaram os ataques às vacas da Cow Parade. Eu não disse? Ok, errata: eu disse que as vaquinhas eram exclusividade da Zona Nobre da cidade. Mas tem, sim, uma vaca na praça XV. (mentira de novo, tem várias, mas participante da Cow Parade tem uma só).

Por fim, confeccionei agora meu sonho de uma noite de verão. Atenção, confeccionei o sonho, o desejo. Realizá-lo são outros quinhentos. O sonho é “nunca mais usar crachá”. Crachá é pra ferrado, fudido, mal pago. Proleta miserável. Crachá serve pra dizer quem você é. Que você trabalha em empresa “tal”, em repartição “qual”. Que pode entrar porque tem crachá. Rock Star não usa crachá. Político não usa crachá. Atleta famoso não usa crachá. Dono da empresa não usa crachá. Crachá não é pra paxá (que vem do Turco, e significa “excelência”, “homem que tem várias amantes; sultão”).

Paxá não usa crachá. E eu quero é ser paxá.

sábado, 20 de outubro de 2007

Você é que eu sei.

Falando em Parada Gay (o assunto já é frio, eu sei...) me ocorreu um raciocínio, sugado do Millôr.
Se pintaram 2 milhões de pessoas na Parada Gay de Copacabana, na semana passada, os números são irrefutáveis.
Um de nós dois - eu e você, leitor - é.
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Eu não sou...

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Shangri-lá

Shangri-lá. Terra perdida nas montanhas do Himalaia. Paraíso de paisagens impensáveis. De vales profundos e antigos, que exalam a sabedoria do Tibete. De lanternas orientais que iluminam os sonhos dos aventureiros. Deixe sua vida urbana para trás. Deixe os tormentos do cotidiano e venha viver neste tão procurado local de paz.

Apesar de tudo o que acontece no Brasil, estou calmo. Sereno. Cheguei ha pouco de Shangri-lá. O Shangri-lá tupiniquim se escreve com X. Xangri-lá. E fica logo alí, no Rio Grande do Sul. Mas, pra mim, não deixa de ser o paraíso procurado por tantos.

Em Xangri-lá caminho pela praia, faça chuva ou faça sol. Lá tiro os tênis a não os coloco mais. Aliás, lá ganho massagens nos pés, com direito a creme hidratante e unhas cortadas. Ganho limpeza de pele no rosto e nas costas. Até corte nos cabelos de dentro do nariz. Lá, tenho três cachorros e um gato. Lá como costela, cuca e rosca de polvilho com schmier de morango. Lá bebo chá depois do almoço, preparado pela . Lá tem rede pendurada em árvore, no quintal. Lá os passarinhos cantam e nao fazem coco na minha cabeça. Lá durmo feito anjo, ouvindo os gambás andarem pelo telhado. Lá tem plaquinha de Willkommen na entrada da casa, com Fritz de um lado e Frida do outro. Em Xangri-lá tenho os carinhos de minha Caren.

Estou Zen.

Fui-me embora pra Shangri-lá...
... Mas já voltei, no vôo das 18hrs.

Coça, coça. Só coça.

É, Brasil. Apanha mesmo.

Tenho uma história da carochinha pra contar:

Há muitos e muitos anos atrás, num país muito muito distante, foi organizado um evento chamado "Tributo Contra o Tributo". Organizado pela Federação das Indústrias do Estado de SP (não a nossa São Paulo, mas sim a do tal país longe, muito longe) o evento reunia muitos artistas famosos, num show de protesto contra a CPMF - um tributo que carcomia os bolsos dos contribuintes daquele pobre país. Dentre os artistas destacavam-se Luciano Huck (sem relógio), os cantores Zezé di Camargo e Luciano, o trio do KLB, etc. Apoiado por muitas outras entidades contra a CPMF o evento tinha sucesso garantido. Os organizadores colocaram toda a cidade alerta. Todas as medias de segurança foram tomadas para aguardar a multidão. Esperava-se 2 milhões de pessoas. 2 MILHÕES de pessoas INDIGNADAS com a manutenção desse imposto-traça, que corrói o dinheirinho dessa gente.
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Compareceram 7 mil pessoas.

7 MIL! De um total aguardado de 2 milhões, em protesto contra a CPMF! Distribuíram cesta básica grátis em algum lugar no mesmo horário do show? Cosme e Damião num bairro vizinho? Modelos da Elite fizeram concurso da camiseta molhada na rua ao lado? Aonde foi parar o povo indignado que juntou milhões de assinaturas pela internet para barrar o imposto? Teve coisa melhor pra fazer? Nem a desculpa de ver alguns astros pop do Brasil juntou mais do que esse punhado de gente pra protestar contra a CPMF que assalta a todos nós! Que povo é esse?

Domingo, dia 14/10, exatamente 2 dias antes, 1,2 milhão de pessoas se reuniu na Parada do Orgulho Gay em Copacabana. Quer dizer, pra DAR A BUNDA ESSE POVO SE AMONTOA, pra protestar contra um tributo que nos assola os bolsos, só 7 mil gatos pingados comparecem.
Povo VERME. Povo Oxiurus. Coça, coça...

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Cow Parade no Rio

Quem transitar pelas ruas do Rio vai se deparar com inúmeras vaquinhas (92 é o número correto), cada uma pintada por um artista, designer, ou coisa que o valha. É a edição da Cow Parade no Rio. São as "Cowriocas" na área. Se bem que o termo, ou sua ideia, não é nova. Carioca vaca tem um monte por ai. E há tempos. (E, geralmente, se amontoam na 00, sábado a noite).

A ideia surgiu há 9 anos na Suíça. Nada mais oportuno. Só não entendo por que a "exposição" passou primeiro por MG e SP. O Rio não ERA a capital cultural/ intelectual do país?!

Recalque posto de lado, mal espero pra ver pintar uma manchete nos jornais, mostrando uma vaca metralhada. Aliás, eu só vi as mumus na Zona Sul. Ipanema, Leblon, Copa, Jardim Botânico, Gávea estão cheio delas. Será que tem vaca também em Del Castilho? Meier? Pavuna? Será? Eu não vou lá pra ver, mas, to curioso pacas. Ou melhor "vacas".

A melhor vaquinha que vi foi a que está placidamente sentada ao lado da estátua de Carlos Drummond de Andrade, em Copa. A dita cuja está muito elegante, de pernas cruzadas e lendo um livro. Ótimo. Muito bom mesmo.

Tem uma mimosa pintada de kiwi (e partida no meio, mostrando o interior da "fruta") que também me agradou muito. Acho que essa eu vi em frente ao Shopping da Gávea.

Tem criança subindo em vaca. Tem velhinhos olhando se entender nada. Tem cachorro fazendo xixi nas ruminantes. Tem vaca em pé. Vaca sentada. Vaca de tudo quanto é jeito. Mas, todas elas são simpáticas. Pra quem olha dá vontade de rir. É algo tão nonsense que, sem perceber, você tá sorrindo.