sábado, 24 de janeiro de 2009

All the Wine is All for Me

Sobre meu silêncio dedicarei apenas dois parágrafos. Afinal, a inatividade daqui não fez falta pra muita gente.

Pois bem, concluí nesses tempos que Blog é coisa pra dois tipos de gente:
1) quem é esperto o bastante para ganhar dinheiro com ele - o que é duplamente falso no meu caso, pois não sou nem esperto e nem sei ganhar dinheiro; ou
2) pra quem tem vida machadiana, dândis modernos, funcionários públicos, vagabundos bem-nascidos e coisas afinas.

Como não me enquadro, nem forçando a barra, em nenhuma dessas categorias, relego o Waru a última das minhas prioridades. Rezo a Deus (logo Ele, que é o maior dos Placebos) que um dia eu possa me dar ao luxo de seguir a carreira literária - para o desespero de muitos - e aí então, consiga manter meus luxos à base da babozeira diária. Coisa que vislumbrei sendo muito possível após assistir Marley & Eu. O Sujeito manteve 10 anos de sua vida (e de uma família que crescia a cada ano) às custas de uma coluna diária sobre um labrador. Creio que vou adotar um pitbull mau-encarado pois, esse sim vai me dar história pra contar. Se eu sobreviver.

Pois bem, vamos à pauta de hoje:
Juliana, amiga de longa data, às vezes dá umas bolas dentro e nos traz novidades do mundo musical de grande valor. Há poucos meses ela nos apresentou "The National". Resumindo pra
não cansar os olhos, a banda foi formada em 1999, no Brooklin, por 4 camaradas de Cincinnati, Ohio. São cinco sujeitos - um vocalista e dois pares de irmãos - que fazem um indie rock de qualidade. Querendo saber mais, clique aqui ou aqui.

Pois bem, depois de muito ouvir seus álbuns e a cada dia escolher uma música diferente como predileta, penso que cheguei num veredito maduro. A melhor delas chama-se "All the Wine". Tanto a sonoridade quanto a letra são simplemente maravilhosas. E, ao contrário do que se pode pensar,
não fala de grandes temas ou profundas questões existenciais.

Fala sobre a felicidade e o sentimento de poder de quando se está esfuziantemente bêbado. Daqueles momentos em que nos sentimos donos do mundo, inatingíveis e com aquela irreverência típica dos ébrios, quase auto-crítica. Transpirando uma tola confiança de que nada pode nos atingir. Somos os mais belos, os mais fortes, os mais inteligentes. É mesmo fenomenal.

A música descreve essa sensação de forma tão palpável que a cena se materializa na cabeça, muitas vezes nos fazendo de protagonistas. As palavras e as figuras foram escolhidas com esmero para construir o clima desse momento eternizado pela felicidade inocente. "Sou um festival, sou uma parada".

Aproveitem...

All the Wine
I'm put together beautifully
Big wet bottle in my fist, big wet rose in my teeth
I'm perfect piece of ass
Like every Californian
So tall I take over the street, with highbeams shining on my back
A wingspan unbelievable
I'm a festival, I'm a parade

And all the wine is all for me
And all the wine is all for me
And all the wine is all for me

I'm a birthday candle in a circle of black girls
God is on my side
Cuz I'm the child bride
I'm so sorry but the motorcade will have to go around me this time
Cuz God is on my side
And I'm the child bride

And all the wine is all for me
And all the wine is all for me
And all the wine is all for me

I carry the dollhouse, safe on my shoulders
Through the black city, night lights are on in the corners
And everyone's sleeping upstairs
All safe and sound
All safe and sound, I won't the let psychos around
All safe and sound, I won't let the psychos around

I'm in a state, I'm in a state
Nothing can touch us my love
I'm in a state, I'm in a state
Nothing can touch us my love


Post Script (depois de levar esporrinho de leve do Pablo): Cliquem Aqui pra curtir o somzinho.