Algumas coisas mexem conosco. Nos fazem crescer. Ou, ao menos, nos mover.
Podem ser coisas grandiosas, ou acontecimentos pequenos. Algumas extraordinárias. Outras banais. No meu caso, não sei classificar em qual categoria se encaixaria o encontro que tive, anteontem, com uma lenda viva da propaganda brasileira - Washington Olivetto.
Um encontro profissional costumeiro. Aquela velha situação. De um lado uma empresa grande, com uma conta publicitária apetitosa. Do outro lado, uma agência com cara de gula. Ele agência, eu cliente. Possível cliente. Portanto, ele sedutor. Eu, e meus camaradas, durões. Ele inspirador, nós críticos.
Haha. Quem somos nós para deitar um olhar crítico sobre Washington? Julgar-lhe o raciocínio? Todos pregados ao chão pela pesada armadura profissional, nos segurando a cada slide para não tietar descaradamente esta instituição da propaganda. E sabendo que, através de nossos sérios olhares, ele certamente percebia nossa inquietude quase infantil. Quem seríamos nós?
Washington é simpático. Muito. É daquelas pessoas que desde o momento em que entram no mesmo ambiente que você, prendem a sua atenção. O olhar é ávido. Ele procura algo em você que possa significar um gancho de conversa. Algo do que você diz com o qual ele possa fazer um discurso emotivo. Ele é eloquente. Intenso. Sorridente. Em décadas de propaganda, ele acumulou tantas histórias que contá-las não é uma opção. É natural. Como respirar. Transmite rapidamente aquela sensação boa de já se conhecer aquela pessoa há tempos. Com quem seria delicioso dividir uma mesa de bar, e ouvir todos os seus "causos". De sua erudição ao seu conhecimento de sarjeta. Isso por que Olivetto é assim. Vai de A a Z. Sem pular nem o K, o Y, nem muito menos o W.
Mas mesmo com meio século de experiência duas coisas me chamaram muito a atenção na apresentação da W Brasil e de Olivetto. Quem conduz o show é ele, evidentemente. Mas à moda antiga. Um longo roteiro na mão. Uma versão dele, só dele. Uma cola. E com ela vai regendo a orquestra. Hora ou outra ele lê rápida e disfarçadamente o papel, para conferir se tudo vai como o ensaiado. Aliás, certamente um experiente orador como ele sabe que ensaio é tudo. Tolo é aquele que pensa que tudo não está previamente calculado. Que, no momento da apresentação de uma campanha, cada frase brota da sua frutífera mente. Não... engana-se. Ele sabe o que dizer, e como dizer, a cada slide. Calculado com a sutileza de um Arquimedes, desenvolve sua teia de argumentos, prendendo seu público como uma aranha tece sua teia. A teia da sedução.
E, não bastasse trazer cola, Washington treme. Sabe-se lá se pela idade ou por algum problema de saúde. Mas prefiro imaginar que ele ainda fica nervoso. Aquele nervosismo gostoso de quem quer convencer o outro de algo. Aquele frio na barriga de estar diante da Esfinge. Decifra-me ou devoro-te. Sim. Ele ainda tem muito tesão nesse negócio.
Um encontro como este te faz repensar algumas coisas. O que um boxeador pensaria após 2 horas de treino com Cassius Clay? O que um jogador de pelada acharia após trocar embaixadinhas com Pelé? O que um guitarrista de garagem imaginaria depois de tocar Stairway to Heaven junto com Jimmy Page?" Ou dá ou desce, malandro".
Ou você se inspira no ícone e sai freneticamente atrás de seus sonhos. Corre com garra atrás de seus objetivos para quem sabe, chegar-lhe aos pés. Ou então, desiste. Deixa pra lá. "Isso não é pra mim".
No meu caso. Opção 1. E não estamos falando aqui em seguir os passos. Ou enaltecer o ídolo como tiete do iêiêiê. Mas sim, perceber que é possível ser mais. Ser melhor. Que, se a sua paixão está ali, tem que ser fogosa. Tem que se entregar. Dá pra ser mais Washington.
Um encontro como este te faz repensar algumas coisas. O que um boxeador pensaria após 2 horas de treino com Cassius Clay? O que um jogador de pelada acharia após trocar embaixadinhas com Pelé? O que um guitarrista de garagem imaginaria depois de tocar Stairway to Heaven junto com Jimmy Page?" Ou dá ou desce, malandro".
Ou você se inspira no ícone e sai freneticamente atrás de seus sonhos. Corre com garra atrás de seus objetivos para quem sabe, chegar-lhe aos pés. Ou então, desiste. Deixa pra lá. "Isso não é pra mim".
No meu caso. Opção 1. E não estamos falando aqui em seguir os passos. Ou enaltecer o ídolo como tiete do iêiêiê. Mas sim, perceber que é possível ser mais. Ser melhor. Que, se a sua paixão está ali, tem que ser fogosa. Tem que se entregar. Dá pra ser mais Washington.
Tudo o que sei é que pessoas assim simplesmente NÃO são chamadas de "profissionais". Não PODEM ser chamadas de profissionais. Washington Olivetto não é um publicitário. Washington Olivetto é ninguém menos que Washington Olivetto. Dizer que ele é um publicitário, não é somente um pleonasmo em si, como é quase uma afronta. Na verdade o adjetivo da frase é "Washington".
Portanto, caros amigos, a regra é clara: Ou dá ou desce. Ou se ganha o jogo como W.O. ou se perde por W.O. O que não dá é pra ser medíocre.