Podem me chamar de muita coisa, menos de preguiçoso. Bem, vamos lá, gosto de repousar, desançar, tirar uma sonequinha, take my breath, e outras expressões que definam um curto período de ócio. Mas, bem lembrado, tais períodos quase sempre me levam a escrever aqui. Portanto, não são períodos de inutilidade completa. Resumindo, preguiçoso não sou.
Dito isso, estou respaldado para levantar a bandeira de hoje. Diga não a ter que arrumar a cama! Diga não.
Tenho vários porquês. Contextualizando: hoje empregamos inúmeras ferramentas de otimização de tempo e energia em nossas vidas. Eminentemente no meio profissional, gastar tempo e recursos somente com aquilo que realmente trará retorno é regra básica. Em nossa vida pessoal não é diferente. Cada dia que passa nossas agendas tem que ser mais bem planejadas pra dar tempo de fazer tudo. Nossos orçamentos domésticos mais bem calculados pra lista de compras caber direitinho no bolso. Sendo assim, fazemos de tudo pra não realizar nenhuma atividade à toa. Menos, arrumar a cama.
Por que cargas d’água arrumar a cama sendo que, horas mais tarde, voltaremos a desarrumá-la. Noite após noite. Dia após dia. Seguimos nesse carrossel ‘arruma-desarruma’ por toda vida. Pra que? Por mim, somente se arrumaria a cama quando se fosse receber visita. Ou em dias de faxina geral. Aí, já se está mesmo com a mão na massa, manda brasa. Que desperdício de tempo e energia colocar o lençol pra baixo do colchão, alisa-lo, ajeitar a fronha, centralizar o travesseiro, cobrir com um ou dois edredons e/ou cobertas. Ainda mais naqueles casos em que a cama ta no cantinho da parede. Puuuutz, ou arrasta a cama, ou se esgueira, ou dá uma de contorcionista. Só pra arrumar as cobertas. Definitivamente não vale a pena. Pra, horas adiante, desarrumar tudo outra vez. E este é só o motivo ‘racional’ da coisa.
Poucos prazeres são tão bons quanto deitar numa cama mafuá. Aquele turbilhão de roupa de cama, ainda quentinha da noite anterior. É muuuuuuito mais gostoso e aconchegante. Parece que a cama já te abraça. Voce já deita dormindo. É como um relacionamento com uma amante de longa data. Não tem frescuras e xurumelas. Parte-se direto pra ação (que, neste caso, é dormir). Diferentemente de amante nova. A que tem que pegar na mão, ir despindo devagar pra, só aí então, ir pro que interessa. Puxa o edredon, puxa o lençol de cima, afofa o travesseiro, deita, se cobre todo de novo, e por ai vai. Cansa tanto que quase se perde o sono. Um desastre.
É por essas e por outras que sou contra essa perda de tempo que é arrumar a cama todo dia. E eu não tenho nada de preguiçoso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário