segunda-feira, 5 de maio de 2008

Lorelei

Cheguei hoje de Shangrí-Lá. Sim, aquele tal paraíso perdido para o qual eu me dirijo de quando em vez. Pra relaxar a alma.

Dessa vez encontrei Shangrí-Lá debaixo de muita água. O tal Ciclone Extra-tropical estava varrendo a mítica terra. Mas nada disso tornou meu feriadão menos mágico. Menos mítico. Quando vou a Shangrí-Lá entro num mundo próprio. Como pinhão assado. Cuca, costelão na brasa e tomo chá de marcela. Coisa que quem nunca foi a esta terra idílica não conhece. Durmo ouvindo os gambás caminharem travessos pelo forro, debaixo do telhado, procurando abrigo da chuva. Além de, é claro, desfrutar dos carinhos de minha amada.

Ocorre que dessa vez, com Shangri-Lá debaixo d'água, me perdi na lenda de Lorelei. Conta a lenda que Lorelei era uma bela jovem, cujo noivo infiel a trouxe tanta infelicidade que ela jogou-se de um abismo, no rio Reno, perto de St. Goarshausen, na Germânia. O espírito triste de Lorelei transformou-se em uma sereia, que levou à morte muitos navegantes que cruzavam aquela parte do Reno.

É claro que a lenda toma força por conta das características geográficas do local. A forte correnteza do Reno, a curva acentuada e o fato de ser o ponto mais estreito do rio desde a Suíça até o mar do norte, com o fundo cravejado em rochas, fez deste ponto um dos mais perigosos para se navegar. E, marinheiro que papa mosca, Lorelei levava pro fundo.

Pois a Danila nos contou a história de Lorelei, enquanto eu me lembrava da música homônima do Whisbone Ash. Na sala, comíamos pinhão assado e tomávamos chimarrão, vendo a água descer pelo vidro da janela e os cães tremerem de frio aos nossos pés.

E assim passamos nosso final de semana.

Um comentário:

Pablo disse...

Êta mundo velho sem porteira!