Pode parecer estúpido, mas essa bela frase (ao menos pra mim) faz parte da letra da música "Castles in the Air", do Hoodoo Gurus, uma excelente banda de surf music australiana.
Bem... e aí? E ai que, segundo esta filosofia, todo passo na vida tem seus ónus e seus bónus. E é disso que vou discorrer.
Eu sempre fui um cara que segue, com muito otimismo, em frente. Incondicionalmente. E essa postura costuma trazer mudanças com muita rapidez. Assim sendo, aprendi a ser absolutamente adaptável. E, nessa matéria, passei com louvor. Entretanto, ao passo que me adapto facilmente às mudanças e sou muito desapegado à materialidade, o outro lado da moeda também é muito forte. Sou extremamente saudosista. É como se eu nunca hesitasse em mover adiante, mas o preço que pago por isso é ter de viver remoendo memórias. São apenas 27 anos, mas que parecem 54, de tanto revive-los dentro da caixola.
As vezes me pego por horas perdido em pensamentos distantes, lembrando de tempos passados. Não que eu os deseje de volta, mas sim pelo prazer de remontar alguns momentos muito especiais. Talvez na ânsia de fixá-los na memória, pois, afinal de contas, tudo tem acontecido numa velocidade tão acachapante que o presente vira passado num piscar de olhos. Assim, acredito que, revivendo mentalmente, conseguirei fixar cada momento em seu lugar, com seu devido valor e prazer. Não os perdendo nesse caudaloso rio da vida.
As vezes me pego por horas perdido em pensamentos distantes, lembrando de tempos passados. Não que eu os deseje de volta, mas sim pelo prazer de remontar alguns momentos muito especiais. Talvez na ânsia de fixá-los na memória, pois, afinal de contas, tudo tem acontecido numa velocidade tão acachapante que o presente vira passado num piscar de olhos. Assim, acredito que, revivendo mentalmente, conseguirei fixar cada momento em seu lugar, com seu devido valor e prazer. Não os perdendo nesse caudaloso rio da vida.
Pois bem, isso tudo é para dizer que, não tem um mês que saí do Rio Grande do Sul e to com uma saudade da porra de uma série de coisas. E de pessoas.
Elenco-os: Saudade de "Xis". Sim, xis, um sanduíche enorme que só tem lá. Come-se de garfo e faca. Sinto falta do Xis do Cavanha's, e, principalmente do Santa Fé. Sinto falta de caminhar meia quadra e ir ao Zaffari, aonde o atendimento era um primor, e comprar uma dúzia de Eisenbahn Dunkel pra beber solito nas noites de dia de semana. Sinto falta da Panvel, farmácia cara pra burro mas que, igual ao Zaffari, tinha um atendimento especial. Sinto falta de jogar paddle com os 'guris', que de guris só tinham o espírito. Sinto saudade do Bar do Beto, aonde íamos beber e falar bobagens todas as terças após o paddle. Sinto falta do John Bull, do Cherry Blues Pub, do Abbey Road, do Dublin, do Dohmba, do Joy Division, das festas Balonê, do Bar do David. Saudades de comer aquele churrasco maravilhoso da Porto Alegrense, ou da Komka, que parecia um almoço medieval, com os espetos oscilando na sua frente e o sangue pingando. Saudades de almoçar na Zona Sul, seja do Dado Pub (hoje Pubway) ou no Macrhy com os grandes amigos que lá fiz. Saudade de almoçar no Atelier das Massas aos sábados no intervalo das aulas da Pós. Saudade de pegar o carro e percorrer horas a fio estradas cujo visual deixa todos boquiabertos. Pela Serra Gaúcha, de ir a Gramado e a Nova Petrópolis, e, antes de pegar no batente, tomar um cafézinho bem quentinho, logo cedo, a 5 graus celcius na rua. Saudade dos dias ensolarados, mas com a temperatura lá em baixo, em que eu percorria as curvas da serra olhando para aqueles montes lindos. Saudade da fumacinha que saía da boca. Saudade também do inverno na praia, em que não se via vivalma na estrada, tudo era cinza, mas minha alma cantava enquanto eu dirigia ouvindo musica alta. Saudade do dia em que descobri que o ar-condicionado do carro também servia pra esquentar e, assim, minhas viagens passaram a ser mais confortáveis. Saudade de ir a Santa Cruz e almoçar na Gruta dos Índios, ou ir a Caxias do Sul e me esbaldar em comidas maravilhosas, com a excelente companhia de grandes amigos. Saudade de tomar aquele chopp gelado num bistro ao lado do Posto Demari, olhando a tarde acabar. Sinto falta de chamar dinheiro de 'pila', de ver as pessoas desabrocharem com a chegada do verão, de perceber a migração dos gaúchos para o litoral nessa época do ano. Sinto falta de observar, atónito, a gana (quase irracional) com que os gremistas defendiam o grémio e os colorados enalteciam o Inter. Saudade de ficar sozinho nos hotéis a noite, sentindo saudades. Saudade da Scissor's Maniac, de Nosefather, de F.T.Z., de The Compressed, do Cabreira Maos de Lady, Vladimir Catatau, Elias Zé Colmeia, Reginho mal-humor, do Titica, do Pedro Bainha, do Vinibala e de tantos outros. Saudades das trocas de mensagens eternas no celular, madrugada a dentro. Saudades até mesmo do chimarrao (pasmem!), que me custou uma multa de transito. Saudade do cachorro-quente do Rosário, de sagú. Sinto falta de caminhar bêbado até o numero 209 (meu apto.) ao longo de um corredor quilométrico e escuro. Saudade do Natal Luz, saudade de surfar em Cidreira, na Salinésia. Saudade de estar próximo a Floripa. Saudade de morar sozinho. Saudade da noite em que eu, Scissor's Maniac e F.T.Z. nos empedramos lá em casa e caímos capotados. Saudades dos jogos da Copa na casa do Castilho, em que bebíamos muitos litros de cerveja alema. Saudade de esquiar no Guaíba com o Pedro Bainha. Das trapalhadas dele. Das brincadeiras bobocas do Vinibala. Dos papos com Nosefather. Da companhia de pessoas especiais. Saudade dos amigos que lá deixei. Todos eles.
Mas, 'navegar é preciso, viver não é preciso'. Vamos em frente. Sempre.
Trago tudo isso na memória e no coração. E, sempre, reviverei estes momentos.
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