segunda-feira, 26 de abril de 2010

TOMORROWRAMA

Palestra que ministrei, em 24/04/2010, para o curso de Pós-graduação em Mídias Digitais e Interativas - SENAC Rio.

OBJETIVO: Mostrar como nossa interface com a Mídia está mudando. Como alguns paradigmas precisam ser quebrados e deixados para trás, se desejarmos conversar de igual para igual com o Consumidor 2.0. Trazer alguns insights para profissionais de Comunicação, Propaganda e Marketing de como e por que utilizar Midias Sociais em suas estratégias.

TOMORROWRAMA - Are you prepared for a few-hours-ahead world? And your brand?
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quarta-feira, 3 de março de 2010

Ou se ganha o jogo como W.O. ou se perde por W.O

Algumas coisas mexem conosco. Nos fazem crescer. Ou, ao menos, nos mover.
Podem ser coisas grandiosas, ou acontecimentos pequenos. Algumas extraordinárias. Outras banais. No meu caso, não sei classificar em qual categoria se encaixaria o encontro que tive, anteontem, com uma lenda viva da propaganda brasileira - Washington Olivetto.

Um encontro profissional costumeiro. Aquela velha situação. De um lado uma empresa grande, com uma conta publicitária apetitosa. Do outro lado, uma agência com cara de gula. Ele agência, eu cliente. Possível cliente. Portanto, ele sedutor. Eu, e meus camaradas, durões. Ele inspirador, nós críticos.

Haha. Quem somos nós para deitar um olhar crítico sobre Washington? Julgar-lhe o raciocínio? Todos pregados ao chão pela pesada armadura profissional, nos segurando a cada slide para não tietar descaradamente esta instituição da propaganda. E sabendo que, através de nossos sérios olhares, ele certamente percebia nossa inquietude quase infantil. Quem seríamos nós?

Washington é simpático. Muito. É daquelas pessoas que desde o momento em que entram no mesmo ambiente que você, prendem a sua atenção. O olhar é ávido. Ele procura algo em você que possa significar um gancho de conversa. Algo do que você diz com o qual ele possa fazer um discurso emotivo. Ele é eloquente. Intenso. Sorridente. Em décadas de propaganda, ele acumulou tantas histórias que contá-las não é uma opção. É natural. Como respirar. Transmite rapidamente aquela sensação boa de já se conhecer aquela pessoa há tempos. Com quem seria delicioso dividir uma mesa de bar, e ouvir todos os seus "causos". De sua erudição ao seu conhecimento de sarjeta. Isso por que Olivetto é assim. Vai de A a Z. Sem pular nem o K, o Y, nem muito menos o W.

Mas mesmo com meio século de experiência duas coisas me chamaram muito a atenção na apresentação da W Brasil e de Olivetto. Quem conduz o show é ele, evidentemente. Mas à moda antiga. Um longo roteiro na mão. Uma versão dele, só dele. Uma cola. E com ela vai regendo a orquestra. Hora ou outra ele lê rápida e disfarçadamente o papel, para conferir se tudo vai como o ensaiado. Aliás, certamente um experiente orador como ele sabe que ensaio é tudo. Tolo é aquele que pensa que tudo não está previamente calculado. Que, no momento da apresentação de uma campanha, cada frase brota da sua frutífera mente. Não... engana-se. Ele sabe o que dizer, e como dizer, a cada slide. Calculado com a sutileza de um Arquimedes, desenvolve sua teia de argumentos, prendendo seu público como uma aranha tece sua teia. A teia da sedução.

E, não bastasse trazer cola, Washington treme. Sabe-se lá se pela idade ou por algum problema de saúde. Mas prefiro imaginar que ele ainda fica nervoso. Aquele nervosismo gostoso de quem quer convencer o outro de algo. Aquele frio na barriga de estar diante da Esfinge. Decifra-me ou devoro-te. Sim. Ele ainda tem muito tesão nesse negócio.

Um encontro como este te faz repensar algumas coisas. O que um boxeador pensaria após 2 horas de treino com Cassius Clay? O que um jogador de pelada acharia após trocar embaixadinhas com Pelé? O que um guitarrista de garagem imaginaria depois de tocar Stairway to Heaven junto com Jimmy Page?"
Ou dá ou desce, malandro".

Ou você se inspira no ícone e sai freneticamente atrás de seus sonhos. Corre com garra atrás de seus objetivos para quem sabe, chegar-lhe aos pés. Ou então, desiste. Deixa pra lá. "
Isso não é pra mim".

No meu caso.
Opção 1. E não estamos falando aqui em seguir os passos. Ou enaltecer o ídolo como tiete do iêiêiê. Mas sim, perceber que é possível ser mais. Ser melhor. Que, se a sua paixão está ali, tem que ser fogosa. Tem que se entregar. Dá pra ser mais Washington.

Tudo o que sei é que pessoas assim simplesmente NÃO são chamadas de "profissionais". Não PODEM ser chamadas de profissionais. Washington Olivetto não é um publicitário. Washington Olivetto é ninguém menos que Washington Olivetto. Dizer que ele é um publicitário, não é somente um pleonasmo em si, como é quase uma afronta. Na verdade o adjetivo da frase é "Washington".

Portanto, caros amigos, a regra é clara: Ou dá ou desce. Ou se ganha o jogo como W.O. ou se perde por W.O. O que não dá é pra ser medíocre.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Uma Nova Maneira de Expor suas Expertises

Tudo bem...tudo bem...tag clauds não são exatamente uma novidade.

Mas com o meu resumée é!



sábado, 24 de janeiro de 2009

All the Wine is All for Me

Sobre meu silêncio dedicarei apenas dois parágrafos. Afinal, a inatividade daqui não fez falta pra muita gente.

Pois bem, concluí nesses tempos que Blog é coisa pra dois tipos de gente:
1) quem é esperto o bastante para ganhar dinheiro com ele - o que é duplamente falso no meu caso, pois não sou nem esperto e nem sei ganhar dinheiro; ou
2) pra quem tem vida machadiana, dândis modernos, funcionários públicos, vagabundos bem-nascidos e coisas afinas.

Como não me enquadro, nem forçando a barra, em nenhuma dessas categorias, relego o Waru a última das minhas prioridades. Rezo a Deus (logo Ele, que é o maior dos Placebos) que um dia eu possa me dar ao luxo de seguir a carreira literária - para o desespero de muitos - e aí então, consiga manter meus luxos à base da babozeira diária. Coisa que vislumbrei sendo muito possível após assistir Marley & Eu. O Sujeito manteve 10 anos de sua vida (e de uma família que crescia a cada ano) às custas de uma coluna diária sobre um labrador. Creio que vou adotar um pitbull mau-encarado pois, esse sim vai me dar história pra contar. Se eu sobreviver.

Pois bem, vamos à pauta de hoje:
Juliana, amiga de longa data, às vezes dá umas bolas dentro e nos traz novidades do mundo musical de grande valor. Há poucos meses ela nos apresentou "The National". Resumindo pra
não cansar os olhos, a banda foi formada em 1999, no Brooklin, por 4 camaradas de Cincinnati, Ohio. São cinco sujeitos - um vocalista e dois pares de irmãos - que fazem um indie rock de qualidade. Querendo saber mais, clique aqui ou aqui.

Pois bem, depois de muito ouvir seus álbuns e a cada dia escolher uma música diferente como predileta, penso que cheguei num veredito maduro. A melhor delas chama-se "All the Wine". Tanto a sonoridade quanto a letra são simplemente maravilhosas. E, ao contrário do que se pode pensar,
não fala de grandes temas ou profundas questões existenciais.

Fala sobre a felicidade e o sentimento de poder de quando se está esfuziantemente bêbado. Daqueles momentos em que nos sentimos donos do mundo, inatingíveis e com aquela irreverência típica dos ébrios, quase auto-crítica. Transpirando uma tola confiança de que nada pode nos atingir. Somos os mais belos, os mais fortes, os mais inteligentes. É mesmo fenomenal.

A música descreve essa sensação de forma tão palpável que a cena se materializa na cabeça, muitas vezes nos fazendo de protagonistas. As palavras e as figuras foram escolhidas com esmero para construir o clima desse momento eternizado pela felicidade inocente. "Sou um festival, sou uma parada".

Aproveitem...

All the Wine
I'm put together beautifully
Big wet bottle in my fist, big wet rose in my teeth
I'm perfect piece of ass
Like every Californian
So tall I take over the street, with highbeams shining on my back
A wingspan unbelievable
I'm a festival, I'm a parade

And all the wine is all for me
And all the wine is all for me
And all the wine is all for me

I'm a birthday candle in a circle of black girls
God is on my side
Cuz I'm the child bride
I'm so sorry but the motorcade will have to go around me this time
Cuz God is on my side
And I'm the child bride

And all the wine is all for me
And all the wine is all for me
And all the wine is all for me

I carry the dollhouse, safe on my shoulders
Through the black city, night lights are on in the corners
And everyone's sleeping upstairs
All safe and sound
All safe and sound, I won't the let psychos around
All safe and sound, I won't let the psychos around

I'm in a state, I'm in a state
Nothing can touch us my love
I'm in a state, I'm in a state
Nothing can touch us my love


Post Script (depois de levar esporrinho de leve do Pablo): Cliquem Aqui pra curtir o somzinho.

domingo, 30 de novembro de 2008

Aflição

Santa Catarina está passando mesmo por maus bocados. Cidades que eu adoro, como Brusque, Pomerode e Blumenau, ahhhh Blumenau, estão completamente debaixo d'água.

Nao bastasse o tamanho do desastre na vida das pessoas de lá, acabo de me lembrar de um detalhe que torna a tragédia ainda maior. Uma dúvida tá apertando meu coração empedrecido...

Será que a fábrica da Eisenbahn foi afetada?!?!?!!?

Será que entrou água de chuva, lama, ou qualquer outra coisa imunda que seja naqueles tonéis sagrados? Naquelas serpentinas cromadinhas???

Ai meu pai... que aflição...

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Êxtase Suprema de uma Vida Pálida

Confesso que ando tão ocupado ultimamente que o Waru tem sido palco apenas de rompantes de felicidade, ou mesmo de momentos de profunda reflexão. Duas coisas que só acontecem com as pessoas à toa. Aqueles que trabalham muito tem vida superficial, sem altos e baixos, sem emoção e cor. Nesses últimos tempos tenho feito parte desse grupo preto e branco.
Mas hoje, de onde menos esperava, recebi a boa nova! Compartilho-a com todos vocês, determinados e incansáveis visitantes:

"Saiu o sexto lote do Imposto de Renda!"

Como aguardei por este momento! Êxtase suprema de uma vida pálida. (Mas que vai mudar!)

Se tivesse Eisenbahn na geladeira eu tomava litros!

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

A Sabedoria que vem com o tempo

Uma vez, quando ainda era bem pequeno, e passava férias em Tanguá, na casa de um tio de quem gosto imensamente, ouvi dele a seguinte pérola da sabedoria popular:
"Na vida, o que se leva é o que se come, o que se bebe e o que se fode!"

Pois bem, há época, eu então criança, não compreendi bem o que aquelas palavras queriam dizer. Mas como, desde moleque, tenho faro pra coisa boa, guardei na cuca esse singelo ditado.

Anos depois, já com mais idade para compreender o que cada uma das partes queria dizer, mas sem ainda praticá-las todas, eu ria de meu tio, cochichando comigo mesmo "mas que tolo! faltou 'o que se rí' nesse ditado. Um bom riso não tem preço". Sendo assim, na vida, se leva apenas o que se come, o que se bebe, o que se fode e o que se rí".

Mais de uma década depois, vim perceber que errado estava eu. Meu tia era - e continua a ser - um homem de vasta sabedoria e seu ditado está coberto de razão. Dos três prazeres propostos, em sendo coisas fenomenais, sempre se os pratica a rir. Logo, o riso está, em sua lapidada frase, subentendido. Num caso clássico de Elipse.

Um fenômeno. Na sabedoria e no português.

Repitam comigo:
"Na vida, o que se leva é o que se come, o que se bebe e o que se fode".

Comamos, pois! Bebamos e Fodamos! Muito! Afinal, o resto as traças comem!

domingo, 5 de outubro de 2008

Rock the Vote

Post Script. Ontem, domingo, 05 de Outubro foi dia de votação.
Segue aqui minha homenagem ao pleito. Um belo poster, do talentoso OBEY.
"Rock the Vote". Lembrem-se, como já pregava Cid Pacheco, Voto é Marketing.

domingo, 28 de setembro de 2008

A Draft of Reason

Mais uma experiência antropológica.

É inebriante observar o comportamento das pessoas há poucos minutos de uma prova. Eminentemente de um concurso público. É magnético. É divertidíssimo.

Pois bem, eram 7:50h da manhã de domingo. Os arredores do prédio já fervilhavam. Chegar de carro era um exercício de driblar flanelinhas camicazes, que se atiravam na frente do carro, oferecendo vagas. Após aparcar o carro num estacionamento - pois eu não vou sustentar esse mercado informal nojendo - e caminhar até o prédio da prova, fui subitamente, aplacado pela graça da situação.

Começa assim: você olha prum lado, vê um sujeito sentado no meio fio, tentando estudar nos últimos minutos que lhe restam. Mas tudo o que ele consegue é manter as várias folhas que tem no colo juntas, já que o vento teima e espalhá-las. Mais dois passos vejo um grupo de meninas de óculos. Todas. Elas debatem sobre as aulas do cursinho que fizeram, frenéticas. Fugi daquele zum zum zum de vozeszinhas finas estridentes. Mais a frente começou o freak show pra valer. Pois aí vieram os vendedores ambulantes, com seus isopores enormes. Tem gente que compra água, outros coca-cola. E os mais arrojados abrem uma skol, pra relaxar. Esses ganharam minha simpatia. Quase juntei-me a eles. É uma profusão de chicletes, halls, amendoins, club social, e por ai vai. Tem gente que vai às compras, literalmente. Satisfação geral dos camelôs. Dia de prova de concurso público é dia de faturar alto. Faturar em cima da ansiedade alheia. Féria gorda!

Na frente do prédio a multidão forma duas filas. Uma serpenteia pra direita, outra se espalha pra esquerda. Na minha habitual calma, pergunto a uns três sujeitos qual a diferença entre elas. O terceiro me disse que uma era pras escadas, a outra pros elevadores. Beleza, direcionei-me para a dos elevadores, já que meu andar era o 15o.

Nessa hora obtive a certeza de uma longa dúvida que tenho. Seguinte: sempre suspeitei que, havendo uma longa fila, que atrapalha a passagem de uma rua, ou fluxo qualquer de pessoas, o corte se dá na minha frente. Na minha pessoa. Então é aquele esbarra esbarra. Bolsada, chute, topada, tropeção, ombrada. Toda hora, de todos os lados, uma alma vem e pede licença pra passar na minha frente. Ou me surpreende vindo por detrás. É um pé no saco! Pois bem. Sempre suspeitei que tinha cara de porteiro. Hoje comprovei. O meu ponto na fila nem mesmo era o mais indicado para alguém que quisesse cruzar a linha de pessoas. Eu, sabendo dessa minha vocação, cheguei a me posicionar de forma a não deixar espaço pras pessoas passarem. Já para que elas, olhando de longe, achem outro ponto em que as pessoas na fila estejam mais distantes, dando passagem, e por lá façam seu caminho. Mas não adianta. Nego quer mesmo é passar por mim. Que porcaria irritante! Deve ser esse meu sorriso permanente na cara. Idiota.

Bem, a fila começou a andar e, depois de pegar muitos papéis inúteis oferecidos pelo caminho, ouvir o vendedor de caneta esferográfica preta e o de água fazerem muito terrorismo para venderem seus itens - no melhor discurso de marketing de guerra que eu já vi - consegui chegar ao elevador. De lá o corredor e, por fim, a sala.

Fui o primeiro a entrar. Achei meu lugar preferido, lá atrás, num canto, esquecido do mundo. Já que qualquer papel que caia no chão atrai a minha atenção, sempre opto por me espremer num canto pra cercear a desatenção. E de lá, no fundão, pude ver cada criatura que entrava. Que experiência! Ainda mais em sala de pessoas que optaram por carreira Publicidade. Entra a gorda alternativa, com mochila de bichinho. Entra o nerd espinhento. Entra o altão magricela. Entra a patricinha com cara amassada. Enfim, entra um zoológico que mais parecia a trupe do filme "Um estranho no ninho".

Os fiscais são um caso a parte. O careca e a suburbana gordosa. O careca se enrolou várias vezes. Deu o papel errado pruma penca de gente. Mandou assinar quando não devia. Mandou uns guardarem o celular num saquinho com lacre, outros não (eu não). A suburbana gordosa (que dormiu de roncar durante a prova) ensacava a bolsa e a mochila do povo que entrava. As pessoas iam se sentando. Um colocava suas compras na carteira imediatamente ao lado. Como se estivesse preparado para resisitir a uma hecatombe num bunker. 3 águas, um monte de nutris, biscoito goiabinha, halls. Outro perguntava "por que eu não posso ir ao banheiro agora?". Um gauche reclamava que não tinha carteira pra canhoto. Algumas meninas fofocavam com suas vozes irritantes ao meu lado. A maioria olhava aflita pro nada.

E eu, achando graça daquilo tudo, perdido nesta observação antropológica, rindo de mim mesmo. Rindo dos outros. Achando uma graça boba - quase tola - do que é o ser-humano num momento de tensão. Um rascunho de razão.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Escassez

Nestes tempos de escassez de posts, resta-me reproduzir abaixo uma frase muito marcante que lí num blog de um amigo.

"Não tem ninguém que saiba tudo, nem ninguém que não saiba nada: a inteligência está nas conexões."

Valeu ou não valeu a reprodução?

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

I´m not dead

Pois é pessoal, apesar de ficar muito tempo sem dar sinal de vida, eu nao estou morto!!
E, pra voltar com força total ao Waru, abaixo um texto de minha autoria, publicado hoje no Blue Bus.

Noticia do Blue Bus - 06/08/08

'Celular com meus dados pessoais? Mas nunca, de jeito nenhum' 09:25

"Sobre a nota da Thais Rensi aqui, o posterior comentário de Thiago Pellegrin aqui e fazendo uma relaçao com a nota da Deborah Serra aqui - Realmente impressionante a mobilidade e a capacidade de se tornar útil e conveniente que têm esse pequenos gadgets que carregamos nos bolsos. Ontem mesmo estava assistindo Al Ries, em seu The Ries Report e ele dedicou uma ediçao a elocubrar quais serao os grandes diferenciais que levarao ao sucesso produtos como celulares, smartphones e coisas do gênero. Reconhecimento de voz, GPS integrado, scanner, serviços de conveniência ('Fome? Tem uma pizzaria nota 5 a um quarteirao de onde vc se encontra agora'), etc". 06/08

"Mas, lendo o post da Deborah Serra me ocorreu uma reflexao. Nós, habitantes de um país em desenvolvimento, vivemos num limbo. Estamos no meio do caminho entre essas inovaçoes tecnológicas tao comuns de serem vistas na Europa e uma realidade crua, de desigualdades, de cidades partidas - plagiando Zuenir Ventura - que nao nos permite usufruir dessas facilidades tranquilamente". 06/08

"De que vale ter acesso a tecnologias e aparatos que facilitam a vida se eles nao estao ao alcance de todos - ou, pelo menos, da maioria? De que vale ter um smartphone que me mostra onde posso comprar flores para minha mulher se ao lado, enquanto caminho na rua e consulto o aparelhinho, o olhar ganancioso de um brasileiro menos favorecido mira meu brinquedinho e prepara um bote?". 06/08

"Foi pensando nestas fendas sociais que me apavorou a idéia de ter um celular com meus dados. RG, CPF, tipo de sangue, comprovante de residência... O que? No meu celular? Jamais! Vai que me roubam na próxima esquina? Já me apavora o fato de ter telefone de amigos e parentes ali, ao alcance de qualquer gatuno. Quem diria dados valiosos. Identificaçoes pessoais, dados financeiros, profissionais..." 06/08

"Já vivemos presos dentro de nossas próprias casas e condomínios. Blindados dentro de nossos carros. E agora, presos dentro dos bolsos de nossos casacos, cujos zíperes encerram nossos valiosos dados digitais, que, graças aos mobile gadgets que carregamos, nos acompanham 24/7. Quem achar que nao, lembre-se do pavor que sentiu da ultima vez em que pensou ter perdido o celular..." 06/08

domingo, 18 de maio de 2008

365 Days of Fire! ** Grand Overture **

Ladies and Gentlemen!

É com orgulho que vos informo que, precisamente hoje, o Waru completa 1 ano de vida. 365 dias de fogo!

Houve dias de chamas altas. Outros de calor mais brando. Vezes em que quase tivemos que chamar os bombeiros. Outras em que quase chegamos às cinzas. Mas o que realmente importa é que aqui estamos. "Alive and Kicking!"

E pra comemorar esta data memorável, presenteio meus resistentes leitores amigos com uma novidade. Dou início ao Waru Jukebox! Depois de tantas vezes falar de música, dessa vez vou matar a cobra e mostrar o pau. Waru Jukebox será uma área dedicada a música, com link para baixá-las. O Jukebox será organizado em álbuns, em que prepararei coletâneas. E o primeiro deles é o "Grand Overture".

Em "Grand Overture" fui eclético. O álbum transita em todas as matizes do rock n' roll. Indo desde clássicos como o inglês Humble Pie - banda de Peter Frampton antes de seguir carreira solo - até covers memoráveis, como o WASP tocando Led Zeppelin.

Pois bem, chega de lenga lenga. Vamos colocar fogo nas caixas de som! Clique no link abaixo e faça o download das músicas. A senha é grandoverture. Assim mesmo. Tudo junto e em minúsculas.


Aspectos técnicos: Utilizei o serviço de armazenagem de arquivos do 4shared. É um mecanismo facílimo de usar. Tem a aparência do gerenciador de arquivos do Windows. As músicas estão listadas como arquivos (mp3 e m4a - que dá no mesmo, não se preocupem), e o download é feito música a música, para facilitar a vida daqueles que tem conexão meia-boca ou que desejam apenas uma ou outra música, apesar de eu considerar isso heresia, já que todas são pérolas. Basta clicar no último link à direita (download) para baixar. É possível ainda ouvi-las sem a necessidade de baixar, através do ícone de botão play, à esquerda do nome da música.

Por fim, como todo bom presente, este vai completo. Abaixo as capas dos discos, com informações sobre a banda e o álbum.


Banda: Warumpi Band
Album: Big Name, No Blankets
Música: Waru(Fire)

Nada mais a dizer, senão que esta é a música que da nome ao blog.
Um grupo de aborígenes australianos fazendo rock n' roll da melhor qualidade.





Banda: Jeff Beck
Album: Best of Beck
Música: People Get Ready

O mestre Jeff Beck arrasa nesta baladinha.







Banda: The Beautiful Girls
Album: Ziggurats
Música: Bring Me Your Cup

O Beautiful Girls é uma banda australiana com um toque muito característico. Vai agradar ao povo que curte Jack Johnson e cia. Nesta música a pitada reggae é o diferencial.





Banda: The The
Album: Soul Mining
Música: Uncertain Smile

The The é inglês e o seu som anos oitenta ganhou uma penca de prêmios. Este álbum é maravilhoso de ponta a ponta, e Uncertain Smile é, sem dúvidas, uma das músicas mais gostosas que conheço.





Banda: The Hellacopters
Album: Grande Rock
Música: Paul Stanley

O rock n' roll frenético dos suecos Hellacopters é, atualmente, um dos melhores sons que circulam por ai. Este som entrou pela qualidade e pela homenagem a ninguém menos que Paul Stanley, starchild do Kiss.





Banda: Zakk Wylde
Album: Book of Shadows
Música: What You're Lookin' For

O mestre Zakk Wylde (o barbudo da foto da coluna ao lado), antes de fundar sua banda, o Black Label Society fez dois projetos solo. Um deles rendeu este álbum - Book of Shadows. O outro, o Pride n ' Glory, que também está na coletênea. Enjoy!




Banda: Pearl Jam
Album: Pearl Jam (eles e essa mania chata de não colocar nome no disco...)
Música: Unemployable

O toque surf music dessa música é fenomenal. É tão "catchy" que é bom se preparar pra ouvir sem parar.





Banda: Pride n' Glory
Album: Pride n' Glory
Música: Cry Me a River

Pronto, taí o Zakk Wylde de novo. Talvez essa seja a música que eu mais ouvi na vida. Daquelas que você põe pra tocar e fica voltando pra ouvir de novo. O ritmo country é fenomenal.





Banda: Blue Oyster Cult
Album: Blue Oyster Cult
Música: Redeemed

O fenômeno que tomou conta da América nos anos 70 - Blue Oyster Cult. Talvez umas das bandas mais inovadoras da história, mas também, uma das mais "underrated". Este é o primeiro álbum dos caras e Redeemed é uma baladinha muito gostosa.




Banda: v. Spy v. Spy
Album: The Early Cases
Música: Voice Of The People

Minha banda preferida. Spy é perfeito. Letras com conteúdo, som delicioso. Voice of the People é daquelas músicas de você se pega cantando, caminhando pela rua distraído.





Banda: Foghat
Album: The Best Of Foghat
Música: Live Now, Pay Later

O Foghat tem seu lugar no panteão das bandas americanas de rock sulino. Essa música é fenomenal, a começar pelo título. "If money talks, It ain't talking to me" é cômico!





Banda: The Cult
Album: Rare Cult
Música: Join Hands

O The Cult foi uma das primeiras bandas pelas quais eu me tornei fanático. Ian Atsbury e cia fazem um som muito competente. E o melhor, essa música nao é daquelas que todo mundo conhece, apesar de estar neste álbum coletânea. Vale cada segundo.




Banda: Andy McKee
Album: Art Of Motion
Música: Drifting

Instrumental de cair o queixo. Quem quiser uma experiência mais mais intensa, veja aqui, no You Tube, esse gorducho tocando viola. É de deixar sem ar.





Banda: GangGajang
Album: Chronologica
Música: Houses With Swimming Pools

Todo mundo conhece o GangGajang de "Gimme Some Lovin'", mas esse som é completamente diferente. É daquelas músicas que você aprende a venerar aos poucos. Num top ten das melhores músicas de todos os tempos, ela entra.




Banda: Humble Pie
Album: Rock On
Música: Sour Grain

Mr. Peter Frampton antes de seguir carreira solo tinha uma banda que se chamava... Humble Pie! Se algo pode ser definido como clássico é isto aqui. Sour Grain é um rock n' roll com todas as características do final dos anos 60 e início dos 70. Uma delícia!




Banda: John Butler Trio
Album: Three
Música: Betterman

O John Butler Trio é outra banda Australiana que se destaca muito no cenário Pacífico. É o tipo de som que não chega ao Brasil, assim como Xavier Rudd e o Beautiful Girls (acima). Pra quem gosta de Ben Harper, Jack Johnson e cia, esses caras dão aula.




Banda: Swans
Album: Various Failures
Música: Love Will Tear Us Apart

O que dizer do Swans fazendo cover do Joy Division? Uma das músicas mais clássicas da história na vaz grave do Swans. Chega a rivalizar com o original.






Banda: The Cruel Sea
Album: The Honeymoon is Over
Música: Honeymoon is Over

O pop-rock do The Cruel Sea é muito gostoso de se ouvir. Também australianos, os caras são dos anos 80 e, pra variar, o Brasil nunca ouviu falar deles. Esse album e esta música ganharam em 1993 o prêmio de melhor da Austrália. Preciso dizer mais alguma coisa?




Banda: The Strokes
Album: First Impressions of Earth
Música: You Only Live Once

Eu nunca fui fã dos Strokes, mas nessa música eles acertaram em cheio. É simplesmente um grude. De deixar o botão Rew desgastado...






Banda: Wasp
Album: The Crimson Idol
Música: When The Levee Beakes

O que dizer de uma banda poser, de americanos, liderada por Blackie Lawless, fazendo cover do clássico som do Led Zeppelin, When the Levee Breaks? Música que figura no clássico quarto álbum do Led, o da famosa Stairway to Heaven...

domingo, 11 de maio de 2008

Papo de Elevador

Entro no elevador junto com uma vizinha que não via há tempos.
Na verdade ela não mora mais no prédio. Balzaca, quase quarentona. Mó figura. Casou-se há anos e só pinta por aqui para visitar a mãe. Como é dia das mães, nada mais previsível.

- "Oi, Fred, quanto tempo!?"
- "Oi, tudo bem?" (com aquele sorriso amarelo, com cara de quem pressente coisa por vir)
- "E aí, tá de volta? Ta morando aqui?"
- "Ah to, já ha um tempão. Quase um ano!"
- "Nossa........ e aí, casou?"
- "Não... ainda não, mas to quase lá."
- "Você tá com quantos anos? Tem uma carinha de menino!"
- "28". (eu, estúpido, adiantando um pouco os dias que faltam)
- "Nossa! Não acredito! Quase trinta! meu Deus, com essa carinha... Tá conservado, hein!"

Eu sabia, lá vinha a bomba. "Tá conservado".

Melhor ouvir isso do que ser surdo...

sábado, 10 de maio de 2008

Pangea Day

Hoje, 10 de Maio é o Pangea Day. Portanto, gostaria de informar do fato aos meus parcos leitores.

Aconteceu (e, se bobear, por conta do fuso-horário ainda acontece), em broadcast internacional, a transmissão de 4 horas de programação, com clipes de filmes feitos por todo o mundo, por gente comum, que resolveu contar uma história, ou um fragmento de história, sobre sua vida, sua realidade, sua visão da ordem mundial.

Em uma frase o Pangea Day é:
"Pangea Day taps the power of film to strengthen tolerance and compassion while uniting millions of people to build a better future".

Waru apoia e acha tudo muito legal. Bem cool. Um bom assunto para a segunda-feira.

As cidades do Cairo, Kigali, London, Los Angeles, Mumbai, e o Rio de Janeiro teriam transmissões ao vivo, com mestres-de-cerimônia "visionários", música inspiradora (Gilberto Gil estava na parada que eu sei) e os tais clipes das pessoas.

A transmissão deu-se, no Rio, a partir das 15hrs, em algum lugar perto da descida da Ponte Rio Niterói. Mas eu cheguei tarde à informação e passei a tarde dormindo, quentinho na cama. Uma pena.

É claro que vocês perceberam um quê de sarcasmo nas minhas colocações. Pois é. Sou relutante em aceitar essas manifestações como legítimas. Acho tudo com cara de showbizz, tudo glamuroso, tudo muito legal. Mas as crianças africanas continuam com aqueles barrigões de verme, as afegãs colocando bilhas de gude dentro de granadas feitas a mão, as chinesas mortas ao nascer e as cariocas continuam sendo aviões do tráfico.

Até quando?

Espero estar errado. Sou mesmo fatalista. Espero que o Pangea Day seja de grande valia, muito mais do que um evento vazio. Muito mais do que um projeto cool do TED. Que, efetivamente, contagie as pessoas a derrubar barreiras, a enxergar o mundo com os olhos do outro, a calçar as chinelas do companheiro e pensar não somente em si, mas no grupo. Aliás, espero o mesmo do "Live Aid", "Live Eight", "Criança Esperança", "Rio contra o Crime","Viva Rio", etc.

PS.: Hoje a tarde, resolvi sair pra correr na praia. Chovia bastante. Bem na hora, é claro. Persistente como sou, fui em frente. No meio da minha solitária corrida vi um mendigo deitar-se no meio-fio, esticar o pescoço e beber a água da sarjeta, que corria para o bueiro. Impactante, no mínimo. Enquanto isso, o sr. Gilberto Gil devia estar cantando alguma musica bonitinha para uma multidão de jovens de classe-média "antenados", no Pangea Day. E, na
segunda-feira, eles falarão para seus amigos de faculdade, cheios de orgulho, o quanto eles colaboraram para um mundo melhor.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Lorelei

Cheguei hoje de Shangrí-Lá. Sim, aquele tal paraíso perdido para o qual eu me dirijo de quando em vez. Pra relaxar a alma.

Dessa vez encontrei Shangrí-Lá debaixo de muita água. O tal Ciclone Extra-tropical estava varrendo a mítica terra. Mas nada disso tornou meu feriadão menos mágico. Menos mítico. Quando vou a Shangrí-Lá entro num mundo próprio. Como pinhão assado. Cuca, costelão na brasa e tomo chá de marcela. Coisa que quem nunca foi a esta terra idílica não conhece. Durmo ouvindo os gambás caminharem travessos pelo forro, debaixo do telhado, procurando abrigo da chuva. Além de, é claro, desfrutar dos carinhos de minha amada.

Ocorre que dessa vez, com Shangri-Lá debaixo d'água, me perdi na lenda de Lorelei. Conta a lenda que Lorelei era uma bela jovem, cujo noivo infiel a trouxe tanta infelicidade que ela jogou-se de um abismo, no rio Reno, perto de St. Goarshausen, na Germânia. O espírito triste de Lorelei transformou-se em uma sereia, que levou à morte muitos navegantes que cruzavam aquela parte do Reno.

É claro que a lenda toma força por conta das características geográficas do local. A forte correnteza do Reno, a curva acentuada e o fato de ser o ponto mais estreito do rio desde a Suíça até o mar do norte, com o fundo cravejado em rochas, fez deste ponto um dos mais perigosos para se navegar. E, marinheiro que papa mosca, Lorelei levava pro fundo.

Pois a Danila nos contou a história de Lorelei, enquanto eu me lembrava da música homônima do Whisbone Ash. Na sala, comíamos pinhão assado e tomávamos chimarrão, vendo a água descer pelo vidro da janela e os cães tremerem de frio aos nossos pés.

E assim passamos nosso final de semana.