Eu devia ser um dos personagens da série ‘Heroes’. Tenho uma capacidade muito curiosa. Digamos, um magnetismo sobrenatural. E ele se manifesta da seguinte maneira: eu atraio pessoas estranhas. Muito estranhas. Dessa maneira, meu circulo de amizade é absolutamente heterogêneo. Aliás, em uma coisa eles são iguais: são todos loucos. Em maior ou menor grau.
Muito bem, estava eu lembrando de um sujeito, então amigo meu, que foi morar numa cidade do interior de Santa Catarina. Isso há muitos anos atrás. Chegando lá ele alugou um modesto apartamento. Como a grana era muito curta, o sujeito colocou um anuncio no jornal local, oferecendo o ap para possíveis, digamos, room mates. Logo surgiu um interessado. Estudante que havia vindo de uma cidade ainda mais do interior. Pinta de hippie maconheiro, boina de lã com as cores da Jamaica na cabeça, violão debaixo do braço. Como nem todos os loucos são petistas e bichos-grilo – e este tal meu amigo é o justo contrário – fascista, racista, radical, enfim, gaúcho – os dois não se enamoraram muito. Contudo, como precisava rachar as despesas com alguém, não houve jeito. Meu amigo aceitou a cruza de Raulzito com Bob Marley em seu ap. Suas ultimas palavras foram ‘muito bem, amanha você já pode trazer as suas coisas pra cá. Tu ficas com a sala e eu com o quarto’.
Dito e feito. No dia seguinte, meu amigo chega cedo em casa. Duro na cana da noite anterior. A havia passado fora, bebendo ao feito de ter, rapidamente, arrumado um room mate. Ao abrir a porta, a surpresa. Uma barraca de camping surrada, modelo tendinha, estava fincada até o talo por cravos enfiados no sinteco da sala. Hahaha. Impossível eu não me abrir de tanto rir ao lembrar dele contando a cena. Incrédulo até hoje de situação tão sui generis.
‘As coisas’ do seu room mate se resumiam a esta barraca de camping, o banjo, um colchonete mofado, meia dúzia de incensos fedorentos e livros comunistas. Meu amigo, um bom sujeito apesar dos predicados que o dei acima, aguentou alguns meses o picareta. Um dia não deu mais e o colocou pra fora. No entanto, o que o marcou no episódio foi mesmo a tendinha.
Muito bem, estava eu lembrando de um sujeito, então amigo meu, que foi morar numa cidade do interior de Santa Catarina. Isso há muitos anos atrás. Chegando lá ele alugou um modesto apartamento. Como a grana era muito curta, o sujeito colocou um anuncio no jornal local, oferecendo o ap para possíveis, digamos, room mates. Logo surgiu um interessado. Estudante que havia vindo de uma cidade ainda mais do interior. Pinta de hippie maconheiro, boina de lã com as cores da Jamaica na cabeça, violão debaixo do braço. Como nem todos os loucos são petistas e bichos-grilo – e este tal meu amigo é o justo contrário – fascista, racista, radical, enfim, gaúcho – os dois não se enamoraram muito. Contudo, como precisava rachar as despesas com alguém, não houve jeito. Meu amigo aceitou a cruza de Raulzito com Bob Marley em seu ap. Suas ultimas palavras foram ‘muito bem, amanha você já pode trazer as suas coisas pra cá. Tu ficas com a sala e eu com o quarto’.
Dito e feito. No dia seguinte, meu amigo chega cedo em casa. Duro na cana da noite anterior. A havia passado fora, bebendo ao feito de ter, rapidamente, arrumado um room mate. Ao abrir a porta, a surpresa. Uma barraca de camping surrada, modelo tendinha, estava fincada até o talo por cravos enfiados no sinteco da sala. Hahaha. Impossível eu não me abrir de tanto rir ao lembrar dele contando a cena. Incrédulo até hoje de situação tão sui generis.
‘As coisas’ do seu room mate se resumiam a esta barraca de camping, o banjo, um colchonete mofado, meia dúzia de incensos fedorentos e livros comunistas. Meu amigo, um bom sujeito apesar dos predicados que o dei acima, aguentou alguns meses o picareta. Um dia não deu mais e o colocou pra fora. No entanto, o que o marcou no episódio foi mesmo a tendinha.
Até hoje brada de raiva: ‘Uma tendinha! Pra uma pessoa! Nem pra ser um iglu!’